Aqui fica o convite para uma visita ao Museu Etnográfico de Vilarinho da Furna:
http://www.cafeportugal.pt/pages/sitios_artigo.aspx?id=7755
Manuel Antunes
Realizou-se, no passado dia 13 de março, na Biblioteca Municipal de Viana do Castelo, promovida pelo CER, uma conferência sobre Vilarinho da Furna, em que foi orador Manuel Antunes, presidente d'AFURNA.
Depois de escutar o "Requiem" de Miguel Torga, escrito em 1976, última intervenção da Associação D'Improviso, Manuel de Azevedo Antunes, professor e investigador da Universidade Lusófona e presidente da AFURNA (Associação dos Antigos Habitantes de Vilarinho da Furna), deu início à sua comunicação sobre Vilarinho da Furna. Escutaram-se histórias e "estórias" da povoação submersa pelas águas do Rio Homem e viram-se imagens em vídeo e fotografia que cativaram a numerosa assistência.
A filha de António Alves, presente na conferência, apelou à identificação da obra de seu pai, recordando memórias que detinha sobre a deslocação paterna a Vilarinho da Furna. O momento sensibilizou toda a assistência e, particularmente, o palestrante.
De tarde, haverá o habitual convívio, com deslocação ao Parque de Merendas, sobranceiro à antiga aldeia, destruída por uma barragem, no princípio dos anos 70, do século passado.
http://afurna.no.sapo.pt/Convocat%F3ria_AG_AFURNA_2013.pdf
Manuel Antunes
Aqui fica o link para o filme de António Campos, sobre Vilarinho da Furna:
http://www.youtube.com/watch?v=_YyJBoRV9Y8
É um filme concluído em 1971, para o qual tive a oportunidade de colaborar. Escrevi, aquando da antestreia para um grupo restrito, na Gulbenkian, onde estava o próprio Jorge Dias, o autor da obra em que o filme se inspira, um pequeno texto, que, mais tarde, veio a ser incluído num dos meus livros. É esse texto que aqui evoco, além do mais, como uma singela homenagem a António Campos, de saudosa memória:
VILARINHO DA FURNA, A ALDEIA QUE JÁ SÓ VIVE NO CELULÓIDE
Vilarinho da Furna morreu. A água que era a vida da povoação transformou-se na sua morte. Tal é a tese que ressalta do filme documentário "Vilarinho das Furnas", realizado por António Campos, a quem dei toda a colaboração, e que, há anos, foi estreado em Lisboa. Filme em 16mm, com uma, geralmente, boa fotografia a preto e branco, retrata ao vivo a rudeza da serra agreste que moldou os caracteres de um povo, que encontrara no velho sistema comunitário o melhor meio de sobrevivência. É a luta desse povo, escondido nas ribas do Homem, numa vasta bacia definida pelos contrafortes da Amareia e do Gerês, que António Campos, com uma rara sensibilidade artística, que em nada atraiçoa o realismo da existência, condensou em noventa minutos que evocam séculos de história. Nada escapou ao olhar perspicaz do realizador, que, não obstante a carência de meios com que lutou, conseguiu fazer um filme equilibrado, realista, autêntico. Esta nota de autenticidade perpassa por todo o filme e é ainda mais acentuada pela voz de Aníbal Pereira, um homem do povo que, sem textos pré-fabricados, introduz o espectador, com a simplicidade da sua filosofia, na vida daquela comunidade "sui generis", que passa pelo écran em sequências variadas. Pena é que a sua voz nem sempre acompanhe o ritmo da imagem, andando, por vezes, os dois elementos um pouco dissociados. Mas antes isto do que substituir a voz do povo. António Campos preferiu ouví-la e deixar que nós a ouvíssemos. E fez bem. Mesmo aos pontapés à gramática - se é que não é esta que dá pontapés à língua -, o povo sabe dizer verdades como punhos. É só deixá-lo falar, saber escutá-lo, permitir que ele seja igual a si mesmo. E o povo de Vilarinho foi-o ao viver o seu dia-a-dia numa luta constante contra a natureza para lhe arrancar o sustento, amassado com o suor do seu rosto; na calorosa recepção ao governador do distrito, que não se furtou a ver as misérias e ouvir os protestos de toda uma população expulsa da sua terra, Deus sabe - e eu também - em que condições; na animada discussão com o abade que, à falta de argumentos ditatorialmente mais convincentes, ameaça com castigos do arcebispo; enfim, nas suas manifestações religiosas, com certos ressaibos de paganismo, que facilmente se desculpa a este povo simples, por sabermos que não é ele o único responsável. Tudo isto viu e seleccionou a objectiva de António Campos, para nos mostrar (numa montagem bastante perfeita, em que apenas destoam alguns compassos de espera, de efeito discutível, na ligação de uma ou outra sequência) a vida de Vílarínho da Fuma, nos seus esquemas do passado e problemas do presente, aliás, também passados, porque Vilarinho é, agora, uma aldeía afundada pelo manto mortífero das águas. Mas, embora já se oiça o coaxar das rãs e o crocitar agoirento dos corvos, felizes com a morte que se esconde para além das comportas da barragem, não deixa de ser uma confortável certeza, pelo menos para quem se tem debatido pela salvaguarda do patrimónío etnográfico de Vílarínho da Fuma, saber que Vílarinho continuará presente, na memóría dos homens, graças aos pedaços de vida, esteticamente gravados no celulóíde, pela mão artística de um jovem realizador. (Do livro de Manuel de Azevedo Antunes, Vilarinho da Furna - Uma Aldeia Afundada, A Regra do Jogo, Lisboa, 1985, pp. 71-72).
Visita ao Parque de Merendas, situado no Natur Parque de Vilarinho da Furna, realizada no dia da Assembleia Geral d'AFURNA, a 12/08/2012, 40 anos após a inauguração da barragem de Vilarinho da Furna, em 21 de Maio de 1972.
http://www.facebook.com/media/set/?set=a.3783084539782.2151488.1357024906&type=3&l=d97a7eb744~
Manuel Antunes
No dia 12 de agosto, a partir das 10.00 horas, terá lugar, no Museu Etnográfico de Vilarinho da Furna, a Assembleia Geral d'AFURNA.
De tarde, será feita uma homenagem à Exm.ª Sr.ª Professora Maria Rosa Baptista, pelo valioso trabalho educacional e cultural realizado em Vilarinho, nos anos 50 e 60 do século passado, e exibido o filme "Vilarinho da Furna", da autoria de António Campos.
http://afurna.no.sapo.pt/Convocatoria_Ass._Geral_2012.pdf
Manuel Antunes
A Barragem de Vilarinho da Furna foi inaugurada há 40 anos.
De facto, foi a 21 de maio de 1972, pelas 12H40, que o então Chefe de Estado Português, Almirante Américo Tomás, após a bênção das novas instalações pelo Arcebispo Primaz de Braga, D. Francisco Maria da Silva, se dirigiu para a sala das máquinas, acompanhado pelos Engenheiros Ivo Gonçalves e Machado Vaz, onde premiu o botão do motor de arranque da nova central hidroeléctrica. Foi esse mesmo Machado Vaz que, uma década antes, havia trocado a presidência do conselho de administração da Hidroeléctrica do Cávado (HICA) pelo Ministério das Obras Públicas, do governo de Salazar, para, logo de seguida, despachar a construção da Barragem de Vilarinho.
Terá sido coincidência?
Costumo dizer que prefiro a coincidência da chegada de Vasco da Gama à Índia, também a 21 de maio, mas do mais longínquo ano de 1498. Já lá vão 514 anos!...
De qualquer forma, como nascido na aldeia de Vilarinho da Furna (e não das Furnas - já que nos tiraram a terra, deixem-nos ficar o nome), não posso deixar de evocar esta efeméride, que também contribuiu para a Segunda Revolução Industrial (a do aço e eletricidade), em Portugal, iniciada, a nível mundial, nos finais do século XIX. Se quisermos uma data, poderá ser a de 1882, quando, no Fox River, nos Estados Unidos, se construiu a primeira barragem para a produção hidroelétrica. Consequências do primeiro dínamo posto a rodar, em 1831, por Faraday.
Manuel Antunes
Informações
De Vilarinho da Furna à Aldeia da Luz...
Incêndio em Vilarinho da Furna
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